Este resumo propõe realizar uma discussão sobre a urgência do debate sobre o Racismo Ambiental para uma construção e efetivação de políticas públicas ambientais e antirracistas no Brasil, para embasar tal discussão, realizamos uma breve revisão narrativa de artigos que tratam da temática. O conceito Racismo Ambiental não é novo, conforme estudos, o assunto surgiu nos debates no movimento negro nos Estados Unidos, ainda na década de 1960 quando lutava por direitos civis ao perceber que resíduos tóxicos eram depositados próximos a territórios de residenciais de populações negras, certamente há muitos desdobramentos sobre o conceito e este, de modo contraditório chega ao Brasil apenas muito recentemente. Em 2005, a Universidade Federal Fluminense realizou o I Seminário Brasileiro contra o Racismo Ambiental, no entanto a discussão acerca do tema, no âmbito acadêmico, não ganhou grande notoriedade. O termo ainda hoje causa estranhamento, porém a realidade brasileira demonstra como este fenômeno social é tão presente e afeta o cotidiano da população negra. Quando ocorrem as enchentes e torrenciais chuvas, devido os efeitos da emergência climática, a população negra e periférica é a mais atingida, consequências de um passado colonial que ainda permanece nos tempos atuais. Dessa maneira, esse fenômeno social atinge de forma desigual a sociedade, pois tem raça e classe social, quando interseccionados com fatores ambientais podemos defini-lo como Racismo Ambiental. Ao apontar a importância dessa temática, ressaltamos a necessidade de reconhecê-la para poder enfrentá-la com políticas públicas ambientais e antirracistas que visem a transformação dessas realidades.
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